Uma associação extremamente importante para os recifes-de-coral é a simbiose que ocorre entre as espécies de corais e microalgas conhecidas como zooxantelas. Essas algas vivem no interior dos tecidos dos corais construtores dos recifes, realizando fotossíntese e liberando para os corais compostos orgânicos nutritivos. Por sua vez, as zooxantelas sobrevivem e crescem utilizando os produtos gerados pelo metabolismo do coral, como gás carbônico, compostos nitrogenados e fósforo. As necessidades nutricionais dos corais são em grande parte supridas pelas zooxantelas. Elas estão também envolvidas na secreção de cálcio e formação do esqueleto do coral. Apesar de espécies de corais serem encontradas praticamente em todos os oceanos e latitudes, as espécies construtoras de recifes (corais hermatípicos) estão restritas às regiões tropicais e subtropicais. Os recifes necessitam, geralmente, de águas quentes (25 – 30
oC) e claras, longe da influência de água doce.
Porém, nos últimos anos, mergulhadores e pesquisadores em todo o mundo vêm se deparando com grandes áreas recifais de coloração esbranquiçada e uma diminuição no número de espécies. Trata-se basicamente da ‘perda’ dos organismos fotossimbiontes (zooxantelas) presentes nos tecidos do coral. Como a cor da maioria dos hospedeiros advém, em grande parte, da ‘alga’ simbionte, seus tecidos tornam-se pálidos ou brancos. Isto ocorre por causa de variações que ocorrem no ambiente recifal, sejam naturais ou causadas pelo homem, como mudança da temperatura da água, radiação solar, sedimentação, exposição aérea ou diminuição da salinidade. A ocorrência de branqueamentos tem aumentado muito nos últimos 20 anos. O aumento da temperatura global, causada pelo efeito estufa, tem sido o principal responsável pela destruição de grandes áreas de recifes e a extinção de várias espécies de coral.
Geralmente, os tecidos de colônias branqueadas estão vivos e intactos. Entretanto, a ausência das ‘algas’ simbiontes implica em 1) ‘jejum’ compulsório ao hospedeiro, uma vez que as algas simbiontes suprem a maior parte das necessidades nutricionais do hospedeiro (até mais de 60% do carbono fixado na fotossíntese pode ser translocado da alga para o hospedeiro na forma de glicerol), e 2) diminuição das taxas de calcificação. Portanto, as partes moles e o esqueleto de um coral branqueado não crescem, e a colônia fica mais vulnerável a outros possíveis estresses, como poluição, sedimentação excessiva, colonização por macroalgas do esqueleto eventualmente exposto etc. Apesar de tudo, as colônias branqueadas podem recuperar completamente, em poucos dias ou até mais de um ano, a coloração, dependendo da espécie e do grau de branqueamento. Do mesmo modo, dependendo da espécie, intensidade e duração do estresse, a morte de parte, ou de toda, colônia pode ocorrer logo em seguida ao inicio do branqueamento, ou mesmo algum tempo depois (semanas ou meses). Nestes casos, o esqueleto será rapidamente recoberto por algas e animais sésseis, perdendo a cor branca.
O professor Gilton Lyra completa: " o excesso de gás carbônico na atmosfera também tem causado outro problema no mar. As algas absorvem o gás carbônico para fazer a fotossíntese, mas, como a concentração de CO2 está alta, isso torna a água do oceano mais ácida, provocando uma espécie de corrosão nos corais".
Além disso, há que defenda que o branqueamento tem sido documentado há muito tempo, e evidências demonstram que é um fenômeno recorrente ao longo da história geológica dos corais, que surgiram há milhões de anos. Alguns estudos defendem, inclusive, o papel adaptativo do branqueamento. Como existem várias espécies de algas zooxantelas livres na coluna d’água, mudanças das condições ambientais podem ocasionar a expulsão/saída do tecido do coral de um tipo de alga adaptada a essa condição, e a ocupação por outra espécie de alga da coluna d`água, mais adaptada às novas condições. O padrão do branqueamento, porém, é muito mais complexo. Uma única colônia de coral pode apresentar vários tipos de algas em pontos diferentes da colônia, dependendo, por exemplo, da quantidade de luz incidente sobre a superfície do coral. Por isso, é comum vermos uma colônia saudável e uma colônia branqueada da mesma espécie lado a lado, ou mesmo uma colônia com apenas algumas partes branqueadas.
Vai aí um resumão dos principais fatores responsáveis pelo branqueamento:1) temperatura anormalmente alta ou baixa2) turbidez (níveis baixos de radiação solar)3) altos níveis de radiação UV4) poluiçãoO impacto humano no meio ambiente pode amplificar o branqueamento de corais pelo: 1) aumento da temperatura devido ao efeito estufa
2) aumento do nível do mar associado ao aumento de temperatura3) alterações nos padrões normais do clima e variações em eventos climáticos extremos - precipitação, nuvens e ventos4) mudanças na química da água do mar devido altas concentrações de CO2:Fontes:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corais/branqueamento-dos-corais-1.php
http://ciencias-jovem.blogspot.com/2009/11/fotos-de-recifes-de-corais.html
http://www.usp.br/cbm/index.php/artigos-acesso-livre/73-recifes-de-coral-e-branqueamento.html
http://pe360graus.globo.com/educacao/educacao-e-carreiras/quimica/2010/08/09/NWS,518424,35,593,EDUCACAO,885-PROFESSOR-FALA-SOBRE-FENOMENO-BRANQUEAMENTO-CORAIS.aspx